segunda-feira, 11 de abril de 2011

Herrar é Umano


Olá Crianças,
Semana passada estava procurando um lugar para estacionar no shopping e para variar estava lotado, enquanto procurava a tão sonhada vaga vi um carro parando em uma vaga de deficientes, como não tinha para onde ir (estava parado no trânsito dentro do estacionamento do shopping, era quase uma Radial Leste), fiquei observando o carro. Para minha surpresa saiu um casal de namorados (imaginei que fossem namorados pelo local onde se encontrava a mão do rapaz) que aparentemente não tinham mais que 30 anos de idade.
Sinceramente a minha vontade foi de jogar o carro em cima deles e dessa forma transformá-los em pessoas honestas.
Mas afinal de contas, o que é honestidade?
Segundo o dicionário on-line, honestidade é: “qualidade de honesto, honradez, probidade, decoro, castidade, pudor, recato”, em seguida fui pesquisar decoro (que teoricamente é um sinônimo) e encontrei: “dignidade, moral, nobreza, respeito de si mesmo e dos outros”.
A última definição foi o que mais me chamou a atenção, respeito de si mesmo e dos outros, ao ler esta definição, lembrei-me de um episódio da minha infância.
Quando eu tinha 12 anos de idade, a maior febre entre os garotos eram os Fliperamas. Todo garoto que se prezasse era bom em algum jogo, o meu jogo era o Golden Axe, onde um Anão, uma Amazona e um Guerreiro lutavam contra todo o tipo de criatura (Caveiras, dragões, magos, guerreiros, etc) para salvar o Rei e a Rainha de seja lá qual for a terra deles. Eu realmente era muito bom nesse jogo, porém havia um problema, minha mãe, assim como todas as mães do bairro, detestavam os fliperamas porque, segundo elas, eram pontos de drogas (o que provavelmente era uma verdade); sendo assim ela nunca me dava dinheiro para que eu mostrasse o meu “talento” ao mundo .
Eu precisava de outras formas de conseguir o dinheiro, guardava alguns trocados que ganhava de meus pais, consegui alguns empreguinhos vendendo material de limpeza, mas o dinheiro mal dava para uma ficha. Certa vez minha mãe pediu para que eu fosse comprar pães, então tive a brilhante idéia de pegar os pães e sair sem pagar, porém como eu nunca havia roubado nada, não sabia muito bem como proceder. Me planejei como se fosse roubar o Banco Central, passei pela frente da padaria pelo menos 10 vezes para observar o movimento, prestei atenção nos horários em que o caixa da padaria não estava tão atento ao movimento e fui colocar em prática o meu plano malígno.
Pedi os pães, me dirigi ao caixa e quando estava próximo, saí em disparada para minha fuga gloriosa. O problema que eu não contava era que um vizinho meu, meio gordinho havia me seguido até a padaria (sabe-se lá para que), e no momento da fuga o infeliz foi pego pelo dono da padaria. Nesse momento eu imaginava que tudo havia corrido muito bem, levei o pão em casa e corri em direção a glória (em busca de um novo recorde).
Mais tarde, ao chegar em casa, minha mãe me aguardava com um cinto na mão, ao ver aquilo eu tinha certeza que ela havia descoberto tudo, eu só não sabia como, porém enquanto a cobra fumava, em meio a meus gritos de “Chega mãe, pelamordedeus” ela me contava da vergonha que havia passado, com a visita do dono da padaria, e pior ainda (segundo ela), o pobre do J... que não tinha nada a ver com a história quase foi preso pelo meu crime (ela costumava exagerar um pouco), foi assim que descobri como ela havia descoberto.
Como se não bastasse a surra, ela me levou até a padaria, com o dinheiro para pagar o pão, fez com que eu pagasse ao caixa e me desculpasse com praticamente todos os funcionários da padaria. Agora vocês imaginem o dia seguinte quando fui comprar pão...
Agora vocês devem se perguntar qual a relação entre o falso deficiente e o pão?
A ATITUDE! A vontade de levar vantagem, mesmo que outros sejam prejudicados, essa vontade que faz com que alguns de nós pague um “café”, para escapar de uma multa, que faz com que alguns de nós fique calado ao receber mais do que deveríamos no troco, ou nos faz mentir para burlar o imposto de renda.
Sei que parece bobagem, mas as mesmas pessoas que tem este tipo de atitude são as que reclamam da corrupção no governo, mas provavelmente fariam a mesma coisa se estivessem no poder.
Enfim, acho que falta um pouco mais de cinto, para que esse país realmente seja sério... pergunte se eu roubei novamente.........

BeijUnda e até a próxima!

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