Olá
Crianças
Fazia
tempo que não escrevia, muito tempo mesmo, porém estou de volta com minhas
reflexões inúteis e opiniões sem importância para falar sobre algo que ocorreu
recentemente.
Tivemos
inúmeras manifestações cujo estopim foi o preço das passagens de ônibus,
todos ficaram revoltados (inclusive eu) com o abuso do valor versus a má
qualidade dos serviços. Acredito que o mesmo se aplique a diversos outros
serviços, públicos ou não.
A
questão é que comecei a pensar no que vi pela TV (isso mesmo, não fui as ruas
pois não consegui até agora entender o objetivo principal das manifestações) e
para mim aquilo tudo era apenas uma mega-balada ao ar livre (ou nem tanto no
caso de São Paulo). Sei que algum fulano ou sicrano tinham objetivo (mesmo que
o objetivo de fulano fosse diferente do objetivo de sicrano), mas a grande
maioria estava lá só para curtir, para ter uma desculpa para criar uma bagunça
ou talvez até simplesmente encontrar amigos (as postagens no Facebook do tipo
“tem pro hoje?” ficaram até engraçadas). Sei que os desordeiros e vândalos eram
uma minoria e segundo algumas teorias de conspiração, eram até policiais
infiltrados, mas o que ficou mais marcado (pelo menos para mim) em toda essa
série de protestos foram justamente os saques, destruições de patrimônio e
brigas com a polícia. Muito bacana, conseguiram (não me incluo, pois fui um dos
vagabundos que não saíram de casa e acompanharam tudo pela TV) diminuir o valor
da passagem de ônibus, conseguiram assustar alguns políticos corruptos, mas não
vejo uma evolução maior do que essa... não acredito que nada vá mudar a longo
prazo e sabe porque? não é pelo simples fato do povo brasileiro ser estúpido
demais para saber escolher em quem votar, não é por não haverem políticos
honestos, mas é por vivermos em uma sociedade onde a lei de Gerson (coitado do
cara, participou de uma propaganda mal elaborada e ficou marcado :P) é o que
conta.
A
pessoa não se corrompe ao alcançar o poder, ela apenas demonstra o que
realmente é, infelizmente essa é a nossa gente.
Quando
eu era criança minha mãe sempre dizia que a liberdade de um acaba quando começa
o direito do outro. Meus pais não eram estudados, para falar a verdade eles praticamente
estudaram ao mesmo tempo em que eu e meus irmãos estudamos, porém a verdadeira
educação não dependemos de igrejas ou colégios, tivemos em casa.
Hoje
vejo pais deixando seus filhos serem criados pelas escolas e igrejas, acreditam
que tudo o que as pessoas devem saber a escola ensinará e o caráter a igreja
formará, então estamos tendo cada vez mais adultos cultos, conhecedores da
bíblia mas que pouco se importam com o sentimento ou a vontade daqueles que
estão ao seu redor, não se preocupam se o que falam ou dizem pode ofender ou
magoar o seu próximo, tudo em nome da “verdade”, talvez o que tenha faltado
aprender em casa é que existe uma tênue linha entre sinceridade e falta de
educação. Criticam os políticos pela corrupção mas não avisam o balconista
quando este devolve o troco errado, reclamam da falta de ação ou trabalhos mal
feitos e não conseguem ajudar o filho em uma lição de casa ou secar uma louça
em casa enquanto sua esposa lava, clamam por respeito mas gritam com um atendente
no fast food ao receber o sanduiche com picles simplesmente por considera-lo
inferior.
Existem
duas histórias que exemplificam muito bem as características humanas, uma delas
eu já citei algumas vezes que é contada no livro genial de George Orwell
"A Revolução dos bichos" (Se não leu ainda é uma obrigação) e a outra
está em uma música de Chico Buarque chamada "Geni e o Zepelim".
Resolvi
escrever esse post porque estava ouvindo essa música e comecei a perceber como
somos mesquinhos, tratamos as pessoas como se apenas nós mesmo tivéssemos
razão, julgamos as pessoas por apenas dois motivos: ou são iguais a nós ou são
aquilo que gostaríamos de ser. Dependemos das pessoas mas quando não precisamos
mais, como diria o Falcão (cantor brega) descartamos como um modess
usado.
Já
passou da hora de perceber que o problema de nosso país não é a política ou as
pessoas que dela tomam conta, mas sim a falta de caráter e empatia de nosso
povo. O problema do nosso país sou eu e você!