terça-feira, 8 de novembro de 2011

Rebeldes sem causa

Eu não vivi na época da ditadura militar e não vi os movimentos estudantis pró-democracia, mas tive o privilégio (não pelo motivo, mas pelo movimento) de ver os cara-pintadas em São Paulo lutando pela saída do Marajá que se denominava Caçador de Marajás.
Os Movimentos estudantis sempre foram extremamente importantes na história de nossa república, ou quem nunca estudou sobre o M.M.D.C. em 1932? (se você for paulista e não lembra disso faça o favor de correr para uma biblioteca ou para o google e procure, pois é uma vergonha você não saber disso, se você não for paulista é compreensivo, mas procure no google também porque não sou professor de história).
Porém, desde a saída de Fernando Collor, o Brasil passa por um crescimento constante, a economia vem se estabilizando, a inflação foi controlada, os índices de analfabetismo vem caindo e até nos esportes o Brasil vem se destacado de maneira positiva (e não estou falando sobre nossa seleção de futebol, que parece que segue na contramão). Continuamos tendo casos absurdos de corrupção em nossa política e orgãos públicos, continuamos tendo problemas em nossa educação e saúde, mas parece que as coisas começam a se encaminhar. Com as coisas seguindo por este rumo, parece que nossos estudantes estão perdendo as razões para fazer aquilo que eles mais gostavam e melhor faziam, PROTESTAR.
Esses garotinhos, cresceram ouvindo histórias maravilhosas sobre a coragem de seus pais e seus avós em suas lutas contra a corrupção ou contra os militares e queriam também fazer história, queriam também entrar nos livros, mas ninguém dava motivos; então resolveram criar seus próprios motivos.
Dia 18 de Maio de 2011 o aluno Felipe Ramos de Paiva foi morto com um tiro na cabeça durante um assalto no Campus da USP, como os casos de assalto eram freqüentes a reitoria da Universidade em conjunto com o governo do estado resolveram colocar a polícia militar para patrulhar o campus, que até então era patrulhada por
seguranças particulares, muitas vezes sem o preparo necessário. A atitude só não foi perfeita por não ter sido tomada antes do assassinato do jovem.
Após a entrada da PM, os casos de furtos diminuíram em 90% (http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,reitor-da-usp-diz-que-tem-obrigacao-legal-de-agir-contra-ocupacao,794148,0.htm) e não ouvimos mais falar sobre assasinatos, porém (sempre tem um porém), o trabalho da Polícia é fazer com que a lei se cumpra em qualquer lugar e foi exatamente o que eles fizeram, prenderam alguns bons jovens estudantes por posse de drogas e isso gerou uma série de protestos e a invasão da reitoria.
Eu sinceramente não sei se alguém, além dos maconheiros da USP aprova essa atitude, mas na minha modesta opinião, vejo que essa é apenas mais uma prova de que nossos jovens estão cada vez mais alienados ao que acontece no mundo (pois se estivessem um pouco mais ligados, encontrariam algo bem mais nobre para protestar e lugares bem melhores para ocupar, quem sabe o congresso nacional ou a câmara dos deputados).
Talvez eles tenham esse tempo todo para ficarem acampados na reitoria da USP pelo simples fato do papai pagar todas as suas contas, mas a única conclusão que consigo chegar é que o que falta para esses estudantes é umas boas palmadas!
Parabéns a polícia pela desocupação e acho que a população não vai reclamar se alguma “borrachada” escapar na bunda de alguém.


Beijunda e até a próxima.

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